Nixon foi eleito presidente em 68. Pela
matreirice e pela brutal ambição, foi apelidado de “Dick
Trapaceiro”. Em 1972, foi reeleito e se envolveu no escândalo de Watergate.
Atrás das cenas, apareceu outra pessoa que aquela que o público achava que
conhecia: um tirano paranoico, muitas vezes embriagado.
Era o paradoxo Nixon, que ilustra a relação entre personalidade e política.
Habitualmente os traços são de ambição
intensa, autoritarismo, grandiosidade, arrogância, vangloria e subterfugio.
Nixon era um narcisista: tinha o sentimento de ser especial
ou único.
O narcisismo patológico começa
quando a pessoa se torna tão viciada em sentir-se especial que, como qualquer
droga, faz qualquer coisa para sentir tal completude, incluindo mentir, roubar,
fraudar, trair, e mesmo magoar os mais íntimos.
O narcisismo é uma faca de dois
gumes. O narcisista inclina-se ao abuso do poder, tolera comportamentos
transgressores de subordinados, rouba, quebra regras, engana o fisco, tem
relações extramaritais.
Pessoas com distúrbio de
personalidade narcisista tem uma necessidade imperiosa de ser tratadas como se
fossem especiais. As outras pessoas são simples espelhos, úteis para refletir a
visão única que tem deles mesmos. Se os outros ficarem mal na comparação, por
exemplo, arruinando suas reputações, paciência.
Os narcisistas demonstram:
agressividade se ameaçados, infidelidade, vingança, inveja excessiva, jactância, reputação
inflada e negação de qualquer malfeito.
Quando as pessoas se tornam mais
viciadas em se sentir especiais, ficam mais perigosas. Aqui é onde o
narcisismo patológico muitas vezes mistura-se com a psicopatia, numa
sucessão de mentiras sem remorso e de manipulação. Psicopatas podem
continuar em suas funções, fraudar as contas, assassinar reputações e manter o
sorriso hipócrita, sem sentir culpa, vergonha ou tristeza. É o
narcisismo maligno.
O maior perigo, como aconteceu
com Nixon, é que os narcisistas patológicos podem perder contato com a
realidade de formas sutis, que se tornam muito perigosas ao longo do tempo.
Quando não se satisfazem na necessidade de ser admirados ou reconhecidos,
precisam inventar uma realidade na qual continuam
especiais, apesar de todas as mensagens em contrário. De fato, tornam-se perigosamente psicóticos.
(Fonte: Lee, Bandy X. The Dangerous Case of
Donald Trump: 27 Psychiatrists and Mental Health Experts Assess a President (p.
84). St. Martin's Press. Edição do Kindle.)
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